A história da Semana Santa

A Semana Santa, iniciada  no Domingo de Ramos, celebra a subida de Jesus ao Monte das Oliveiras, às 15h do dia três de abril do ano 33d.C (depois de Cristo). A bíblia relata que sua crucificação deu-se durante um eclipse solar e, segundo os astrólogos romenos – que pesquisaram o tema -, neste ano houve um  meio eclipse justamente nesta data e hora. É nesta época que os católicos refletem acerca da sua crucificação e a sua ressurreição. Cada dia da semana é caracterizado por uma etapa diferente da saga de Cristo:

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“Domingo de Ramos” refere-se à entrada de Jesus em Jerusalém para comemorar a páscoa judaica

O “Domingo de Ramos” refere-se à entrada de Jesus  em  Jerusalém para comemorar a páscoa judaica. Lá, foi recebido com ramos e salvas pelas mesmas pessoas que, posteriormente, o condenaram. Bem, Jesus  foi dar um passeio em um lugar onde pudesse ser visto e encontrado, porque tinha interesse em sua própria morte na tentativa (correta) de se tornar um símbolo do sacrifício como exemplo de fé.

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Na segunda-feira, Maria Madalena ungiu Cristo (apesar de a Igreja negar que tenha sido Madalena)

Na segunda-feira, Maria Madalena ungiu Cristo (apesar de a Igreja negar que tenha sido Madalena) com o seu perfume em caixa de alabastro (caríssimo) e que poucos podiam usar. Começou a unção pelos pés, conversando e tentando seduzi-lo a desistir da morte anunciada. Quando percebeu que não conseguiria fazê-lo mudar de ideia, confessou a ele todos os seus pecados. Ungiu toda a cabeça (como faziam os reis e sacerdotes), dando a ele o tratamento merecido por um rei (como de fato ele era, rei da bondade e da abnegação) e, a partir da cabeça, a unção reconhecia sua superioridade como líder espiritual.

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Na terça-feira, a figueira foi amaldiçoada por Jesus.

Na terça-feira, a figueira foi amaldiçoada por Jesus. Por saber que não era época de frutos da árvore, mandou que a mesma desse-lhe um fruto. Infértil, não deu o fruto solicitado e, então, foi por ele amaldiçoada. No dia seguinte, estava a dita árvore toda encarquilhada e seca. Essa foi uma demonstração que Cristo deu de seu poder, demonstrando que a sua morte, já sabida entre seu grupo, poderia ser por ele banida – caso fosse o seu desejo uma vez que poder ele tinha. Com essa atitude, Cristo provou que era um psicólogo, conhecia o poder da mente, sabia que a mente tudo podia e fingiu ser um URI GELLER (paranormal que entortava colheres) ao fazer o mesmo com a figueira.

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A quarta-feira é conhecida como o dia das trevas.

A quarta-feira é conhecida como o dia das trevas. Mas, por que trevas? Cristo já havia entendido que a humanidade é dinâmica, oscila entre o bem e o mal, e que precisaria morrer para não ser visto como um louco que pregava o bem sem escolher a quem. Sua morte eternizaria o símbolo da bondade e ele seria para sempre este símbolo. Pura psicologia por modelação de comportamento. Funcionou.

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A quinta-feira de ‘lava-pés’ foi também o dia em que aconteceu a última ceia com seus apóstolos

Na quinta-feira de ‘lava-pés’, dia em que aconteceu a última ceia com seus apóstolos, tomou vinho, comeu pão e lavou os pés de seus discípulos – ritual que demonstra humildade do anfitrião. Fez a última ceia consciente de ser a mesma, a última ceia.

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A sexta-feira santa é o dia do sofrimento, da crucificação de Jesus

Na sexta-feira, Judas delatou Jesus para Pilatos e deu o seu paradeiro. Hoje, sabemos através de papiros encontrados e periciados que Jesus ordenou a Judas que levasse a informação. Judas foi o mais estimado dos 12 apóstolos e Jesus, ao conversar com ele, disse: “- Tu vais exceder todos os outros. Tu sacrificarás o homem que me abriga, ide”. Sexta é, portanto, o dia do seu sofrimento, sua crucificação e, por isso, é comum as pessoas não comerem carne neste dia.

Adendo…

No ano 48 d.C, o imperador Júlio Cesar modificou o calendário ao declarar que o ano tinha 365 dias. Em 1.582, o Papa Gregory XIII,  disse que o dia continha mais 5 horas, 48 minutos, e 50 segundos (11 minutos e 10 segundos menos que os cálculos Julianos), para compensar o déficit que mudou  o calendário. Esta alteração acarretou uma mudança na data em relação aos dias da semana. Assim sendo, Jesus teria morrido dia 03 de abril, sexta-feira santa.

Pode-se comer  carne à vontade, pois, se a fé é em função de um símbolo, deve-se deixar este símbolo para sempre dentro de si e jejuar o dia que quiser, ser bondoso o dia que decidir e viver sem nenhuma culpa com relação a Jesus – que não morreu para nos salvar. Morreu, porque percebeu que não poderia nos salvar de nossa própria maldade. Quanto ao beijo que Judas deu no rosto de Cristo, bom…. beijar sempre nos dará a oportunidade de fechar os olhos e  pensar, arrepender de mil coisas.

Voltando…

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Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus.

Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. Quem chorou mesmo? Pilatos, diante de Barrabás (também na cruz) perguntou ao povo presente quem deveria ser salvo. Escolheram Barrabás.

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Domingo de Páscoa, veio a ser o dia em que comemoram a ressurreição

Finalmente, o Domingo de Páscoa, veio a ser o dia em que comemoram a ressurreição . Não seria reencarnação?

Papa

O mundo, a fé de alguns, a dúvida de outros, a ironia de uns, a utopia de outros, enfim, ganhou um novo papa. Do que se tem conhecimento, o primeiro papa da história do Cristianismo foi o apóstolo Simão Pedro (São Pedro). O termo “papa” provém de forma homônima do latim, do grego πάππας, e é que uma expressão mista e afetuosa para denominar “pai”. No contexto católico, papa é o bispo de Roma, o líder espiritual mundial e supremo da Igreja Católica Apostólica Romana, o vigário de Cristo na Terra.

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Pintura sacra portuguesa do Papa Pedro. Século XVI

Seu posto como chefe do Estado do Vaticano é vitalício. Algo que aparece como dissonância é que, os sucessores do primeiro papa, bem como todos os bispos do ocidente, eram chamados de papa. Assim – afirma o teólogo Pedro Lima Vasconcellos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP – apenas no ano de 1073, por ordem do papa Gregório VII, esta expressão ganhou exclusividade.

O papado é uma das instituições mais longas e duradouras do mundo e teve participação incontestável na história da humanidade, sendo o seu trabalho autoconsiderado (e por muitos) como “trabalho de caridade e de proteção aos direitos humanos”. Ao falar da autodenominação dada pela Igreja, refiro-me ao fato da mesma ter grande participação como árbitra nos conflitos da Idade Média entre monarcas nas tomadas de território e nas disputas de poder. Observe aqui a relação Igreja-poder. É incontestável que ela voluntariamente desempenhou um papel de autoridade religiosa e “política”, uma vez que mediou conflitos, dava (e ainda dá) sermão em suas missas e receitas sobre a moral e os bons costumes.

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Papa João Paulo II – considerado o Papa mais popular da história.

É permitido à Igreja cobrar em moedas do real para celebrar casamentos (diz-se que Judas recebeu trinta moedas de ouro), bem como ser contra homossexuais e lésbicas, todo e qualquer método anticonceptivo – a despeito da numerosa quantidade de pessoas que moram nas ruas e são abandonados pelos pais. A Igreja não concede aos seus padres e freiras o casamento e a copulação humana, tão desejada. Talvez a resposta pela abstinência ad eternum se resuma à questão: – Se Maria conseguiu a proeza de engravidar virgem, por que as outras mulheres também não conseguem?

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Papa Francisco abrindo sua primeira Semana Santa em missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano

Quantos aos padres, bem…

Gente, pedofilia não dá cadeia, basta fazer um retiro espiritual. Voltando aos papas, não que eu tenha exatamente parado de falar neles, o Papa Francisco, eleito no conclave de 13 de março é mais um sucessor de Pedro. Ora, não foi Pedro que renegou Cristo três vezes antes do galo cantar duas vezes?

Não estou mais é entendendo nada… e você?

Núbia Dutra realiza palestras em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres em Paço do Lumiar

No dia 08 último, data em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, realizei quatro palestras em dois bairros de Paço do Lumiar: Bacuritiua e Maiobão. Foi um ótimo momento para reforçar, tanto para elas quanto para eles (uma vez que havia homens presentes), sobre os direitos e deveres das mulheres, a Lei Maria da Penha, comportamentos de autovalorização e temas que precisam ser abordados, diariamente, junto à sociedade para a manutenção da convivência de forma respeitosa, harmoniosa e feliz.

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À medida que as conversas aconteciam, vários questionamentos foram realizados. “- Como agir diante de determinadas situações com o(a) companheiro(a)?”, “- O que fazer quando a mulher sofre agressões físicas e verbais do (a) parceiro (a)?”. Essas e outras perguntas foram respondidas com base na legislação brasileira – que defende os nossos direitos a fim de coibir a violência doméstica e familiar contra nós mulheres.

Com base na história da evolução humana, o homem sempre foi posicionado como o ser dominante na sociedade e esse paradoxo ano a ano vem mudando. Vale lembrar (como já citado neste blog) que o 8 de março é símbolo de muitas lutas por melhores condições de vida, de trabalho e pela busca do próprio direito ao voto. Para romper com esse preconceituoso paradigma, atualmente contamos com um grande avanço: a mulher ocupa cargos profissionais e sociais jamais imaginados durante o século passado, os quais sempre foram ocupados por homens. Seja na política, seja no comando de um avião, na construção civil, na autoria de um livro, na administração de uma grande empresa, nos jornais, enfim, na grande maioria das profissões elas já se fazem presentes em posições relevantes.

Números da violência

Ainda é notório, em pleno século XXI, diversos casos de preconceito e agressão contra mulheres. Segundo a Fundação Perseu Abramo (2001), as estatísticas apontam que 43% das mulheres já sofreram algum tipo de agressão. Dentre essa porcentagem, 20% dos casos de agressão contra as mulheres são domésticos – fato este considerado um problema de maior gravidade por gerar péssimas consequências físicas e psicológicas em quem as sofre.

De fato, minhas caríssimas mulheres, ao exercer o direito da denúncia, contamos com o amparo dado pela Lei Maria da Penha – que pune o agressor, razão pela qual nós devemos conhecê-la (pois ninguém tem poder sobre a vida, dignidade, espiritualidade e mentalidade do outro). A agressão não se trata apenas de maus tratos físicos, mas também os verbais. Em muitos casos, estes são os piores, pois eles compõem um assassinato diário contra quem os sofre. Costumo chamar esse tipo de situação de “assassinato invisível” – por matar o nosso ego, nossos sonhos, nosso sorriso, nossa felicidade, nosso amor por nós mesmas.

Conclusões

Antes de encerrar a palestra, pedi ao público que os mesmos citassem algumas palavras para definir sobre o tema abordado e as mais ouvidas foram: tolerância, entendimento, respeito, denúncia e superação. Com isso, senti-me lisonjeada ao observar que as palestras tiveram aceitação positiva pelos participantes. Ações como essas são essenciais para despertar a necessidade de haver um entendimento da sociedade com relação aos seus próprios direitos e deveres não tão conhecidos. Para encerrar esta data tão magnífica, após a palestra, nos juntamos para saborear um delicioso brinde a nós mulheres, seres que possuem suma importância à vida, empreendedoras por administrar uma família, um lar, empresas e até mesmo nações.

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Violência doméstica: epidemia brasileira

“Mulheres serviram todos estes

séculos como espelhos possuindo

o poder de refletir a figura do

homem duas vezes maior que

seu tamanho natural”.

Virginia Woolf

 

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O marco inicial da luta das mulheres foi durante a Revolução Russa, em 1917, em que buscou-se a redução das desigualdades Foto: Google

É muito comum no Dia Internacional da Mulher, vermos as citações da greve das mulheres operárias de Nova Iorque – que lutavam por equiparação salarial – como o símbolo das mulheres.  Sem dúvida, é símbolo e sofrido. Contudo, uma retrospectiva mais amiudada sobre o histórico feminino nos mostra que tal simbologia se deu em face à quantidade (130) de mortes de mulheres da praça da greve, o que nos trás a certeza do apego humano à simbologia da morte e da tragédia.

Naquela época (idos de 1857), as operárias cumpriam jornada de 16h/dia de trabalho recebendo o valor equivalente a menos de 1/3 do salário pago aos homens. Vale ressaltar: estou me referindo a uma realidade que ocorreu há 156 anos. A pergunta que não quer calar é: fizeram o necessário para a grande mudança?

Por mais difícil que seja para os mais jovens acreditar, o fato é que, há menos de 100 anos, a maioria das mulheres não trabalhava fora de casa, não podia estudar, não tinha acesso aos métodos contraceptivos (somente na década de 1960 foi criada a pílula anticoncepcional), não podia se divorciar (ruim com ele, pior sem ele) e nem mesmo votar.

Números e referências

A violência doméstica, que antes era considerada um assunto familiar (“em briga de marido e mulher, quem é de fora não mete a colher”), hoje conta com legislação específica em 2/3 dos países. A variedade de violências antes cometidas era considerada somente bravatas, mas hoje estão tipificadas como crime no Código Penal Brasileiro.

No Brasil, grande passo foi dado com a aprovação da Lei Maria da Penha. Contudo, para que esta lei de proteção à mulher tenha maior efetividade é preciso que os gestores instalem Delegacias da Mulher nos municípios, Centros de Referência para as mulheres com atendimento multidisciplinar, ou mesmo Casas de Passagem – para abrigar a mulher espancada que não pode permanecer no lar sob a pena de ser assassinada por um homem violento.

No Brasil a violência contra a mulher é uma epidemia. Este processo de conscientização e respeito à vida é lento e sofrido de forma que a Lei Maria da Penha por si só não se tornou inócua graças às guerreiras brasileiras que doam sua vida a esta causa. Graças também ao pequeno número de legisladoras brasileiras que ‘não deixam a peteca cair’.

Maria-da-Penha

A cearense Maria da Penha lutou durante anos contra a violência doméstica e, hoje, é um exemplo para todas as mulheres.

Hoje as mulheres ocupam cargos antes exclusivos para homens – inclusive de lideranças políticas -, embora, neste caso, tenham menor representatividade (em média, 18,4% no Legislativo). Por outro lado, as mulheres ainda têm menos acesso à educação – dois entre cada três analfabetos são do sexo feminino.

Ainda hoje, nos defrontamos com um universo em que a imagem do “homem machista é a extensão de poder”. Não há exagero em dizer que a violência verbal ou comportamental comete pequenos assassinatos na vida das mulheres. Frases como “- Se eu te largar ninguém vai te querer”, “- Quem come do meu feijão prova do meu cinturão”, “- Você não presta mais nem para limpar o chão que eu piso”, infelizmente, ainda fazem parte do cotidiano de muitas mulheres.

Estamos falando aqui de comportamentos masculinos que comprometem a saúde da alma feminina, que matam lentamente sem deixar rastros e não levam ninguém para cadeia. A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que “sete, entre cada grupo de 10 mulheres, fatalmente sofrerão algum tipo de violência ao longo de sua vida”. Não se trata mais de leis, mas de práticas e de real coerção destas práticas.

Caminhos para trilhar

Para que essa dura realidade mude, é preciso dar treinamento adequado aos servidores que realizam o atendimento das vítimas no balcão de atendimento. É preciso punição ao servidor que se serve de frases como “- Você de novo aqui Maria? Eu quis prender teu marido e você protestou, você já acostumou a apanhar”. É preciso denunciar este tipo de atendente. É preciso punir o médico que diz à parturiente do hospital público “- Deixa de gritar Maria, quantos filhos você tem? Dois? Então não doeu, porque você voltou”. Estes ‘donos da verdade’ precisam compreender que papéis como este não são mais aceitos na sociedade.

Aos meus amigos

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Arte de Pino Dangelico

Somente hoje me encontro capaz de escrever, ainda que aos prantos, sobre a perda do maior amor de minha vida. No dia vinte de dezembro, meu aniversário, enterrei o corpo de minha mãe. Não há fortaleza espiritual, não há força terrena que seja capaz de impedir o sofrimento de uma filha apaixonada que perdeu uma mãe mais apaixonada ainda. Durante sessenta e dois dias tomei antidepressivos devido a uma depressão profunda que tomou conta do meu ser. Hoje resolvi interromper o medicamento e iniciar o meu período de superação. Sei que ainda não estou pronta para enfrentar a realidade estando completamente atenta, alerta. Porém, não posso submeter meus filhos à continuação desta tormenta de ver a mãe tomar remédios para não lembrar, para não sofrer, afinal a superação é algo que sempre tentei ensinar a meus filhos como o maior legado que posso lhes dar.

A passagem de minha mãe se deu sem dor física, sei que morreu angustiada por nos deixar, como qualquer mãe faria. Não me revoltei, não praguejei a sua partida. Apenas vivi a maior dor da terra. Apenas vivi o desespero da impotência de não ter o poder da ressurreição, para trazê-la de volta e dizer milhões de vezes o quanto eu a amava. Apenas vivi o remorso da consciência de uma filha que não disse todos os dias “eu te amo” e que entendeu que filho, tem que dizer à sua mãe todos os dias que a ama e adora porque depois só haverá o eco de seus gritos de dor, ainda que sejam gritos silenciosos como os meus, apenas vivi para sentir a cada dia da minha vida, a dor de uma grande saudade.

Hoje, quando eu como um bolinho gostoso e penso que tenho que levar para ela uma fatia, percebo que não existe mais “ela”. Quando ouço uma piada engraçada, eu penso em contar a ela e fazê-la sorrir, lembro que não tenho mais ‘ela”. Quando eu vejo uma idosa na rua, penso em ligar para “ela’. Só que não existe mais” ela”. Sou uma órfã de pais muito humildes, que passaram dificuldades. Cresci vendo minha mãe se desdobrar para alimentar os filhos. Quantas vezes minha mãe se recusou a comer o seu pedaço de carne para aumentar o meu prato porque eu era magrinha e ela tinha medo que eu morresse. Eu por meu lado, quando criança ia a um aniversário, só aceitava comer o meu pedaço de bolo depois que o aniversariante entregasse em minhas mãos um pratinho com um pedacinho de doce para a minha mãe. Eu a chamava de mamãezinha, a minha mamãezinha. Sei que um dia, não haverá sombras em meu sorriso. Neste dia saberei que já terei aceito a presença de minha mãe apenas em formato espiritual sem que nunca mais lhe veja sorrir, nem que jamais possa sentir novamente o seu abraço. Enquanto isso, eu apenas posso perguntar a Deus: Por que não me ensinou a viver sem mãe antes de entregar me entregar aquela mãezinha tão especial?

Hoje eu criei coragem e abri a bolsinha em que ela guardava, segundo ela mesma, “o seu tesouro valioso” e me dizia que tudo que tinha lá era meu. Quando abri a bolsinha, descobri que o tesouro de minha mãe eram dezenas de fotos minhas, desde a infância até todo o meu material de campanha. Depois fui saber por meu padastro que minha mãe coruja abria a sua bolsinha todos os dias e admirava a filha que hoje é mais sua do que nunca, pois além do amor, tem uma saudade tão grande quanto o mar, tão infinita quanto o universo.

A história da Santa Rosa de Viterbo

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Rosa desde cedo se inspirava em São Francisco de Assis em seu modo de vida e sua simplicidade

Defensora ardorosa da Igreja, Santa Rosa de Viterbo, viveu na primeira metade do século XIII, em meio ao embate entre o poder espiritual (representado por São Francisco de Assis), e o poder material, na figura do imperador Frederico II. Seus pais trabalhavam no mosteiro São Damião de Clarissas, em Assis, fundado pela Santa Clara de Assis – esta, enclausurada e seguidora de Francisco de Assis (nome de Santo era como nome de vinho; ainda hoje é tradição a uva receber o nome do lugar).

Assim como Clara, Rosa desde cedo se inspirava em São Francisco de Assis em seu modo de vida, sua simplicidade, seu viver em fraternidade e doação aos irmãos e a Deus. Era comum que Rosa passasse grande parte de seu dia recolhida em orações. À medida que ela crescia, aumentava as suas orações. Muitas vezes, passava longas horas da noite em contemplação. Durante o dia procurava os lugares onde poderia ficar em silêncio e entregar-se à oração.

Contam que, no dia 23 de julho de 1247, Rosa foi acometida por forte febre e, enquanto sua temperatura ardia, ajoelhou-se e balbuciou o nome de Maria – que lhe curou e confiou a missão de peregrinar pelas igrejas de São João Batista, Santa Maria do Outeiro e São Francisco. Esta fé inabalável foi a grande aliada da igreja, uma vez que Rosa saiu pelas ruas pregando a fé com um crucifixo nas mãos. Por ser este ato bastante incomum para a época, em 1250 o prefeito assinou uma ordem, condenando Rosa ao exílio, sob a acusação de causar revolta entre a população.

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Corpo de Rosa de Viterbo estava preservado dois anos depois de ser encontrado, quando seria exumado (Foto: Google)

Já exilada em Soriano, Rosa soube que o imperador Frederico II falecera e pôde voltar para casa. Pouco depois, foi sua vez. Morreu antes mesmo de completar os 18 anos. O Papa Inocêncio IV imediatamente instaurou seu processo de canonização. Quando foram exumar o corpo de Rosa, dois anos depois, verificaram que o mesmo encontrava-se intacto, completamente preservado e sem a menor decomposição que cabe a nós, meros mortais. Transladaram seu corpo para o Mosteiro das Clarissas que, a partir daí, mudou sua denominação para Mosteiro de Santa Rosa. O dia de Santa Rosa de Viterbo é dia 6 de março.

Ame-o ou odeie-o

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Ontem, O Pai misericordioso levou para junto de si a alma guerreirado presidente Hugo Chávez que tanto lutou pela vida de seu povoquanto pela sua própria. A desculpa para abreviar a estada terrena deste lutador de cinquenta e oito anos, foi um câncer que debelou a sua vida lenta e violentamente. Há tempos já se esperava esta notícia, vez que era notória o estado de sua saúde abalada, após a quarta cirurgia em Cuba contra o câncer. Entre os anos 70 e 80, Chávez se abriu para reflexões acerca da nocividade do capitalismo. Com muita convicção manteve sua teoria em discussão e movimentos secretos até meados dos anos 90 A teoria tentou virar prática . Chávez protagonizou um golpe contra o presidente Carlos Pérez em fevereiro de 1992, contudo,o plano deu errado, e Chávez, foi preso. Desde então, o súdito das ideias de Símon Bolívar, se tornou um heroi nacional. Talento político e carisma não faltou a este guerreiro que em 1998, se tornaria o presidente da Venezuela.

Sem dúvida, este carisma brutalizado de guerreiro escondeu por muito tempo um ditador que viria a se revelar após a sua posse e durante toda a sua gestão. Contudo, é indiscutível que as suas conquistas (ainda que se reflita sobre a forma como as conquistou) em muito serviu ao seu povo que dele recebeu um governo populista. Partiu um homem que dele se podia dizer: Ame-o ou odeie-o.

Veja um trecho de um dos mais famosos discursos do Presidente Hugo Chávez intitulado “Discurso Proibido”.

Música é vida: dia nacional da música clássica

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05 de março: aniversário de Heitor Villa-Lobos (foto) e Dia Nacional da Música Clássica

A música é, para nós, como uma ferramenta sensível que desperta em cada um deferenciados sentimentos. Choro, alegria, excitação, tristeza, não importa qual deles resplanda da música, ela será sempre a suprema causadora de respostas aos anseios humanos. A música está em tudo: do compasso do batimento cardíaco aos estímulos cerebrais e suas respectivas frequências de ondas.

O Brasil é um país de grandes artistas no cenário musical. Neste 5 de março, um dos maiores ícones da música clássica brasileira celebraria mais um ano de vida: Heitor Villa-Lobos. A partir da sua data de nascimento, o ex-presidente Lula decretou este como o Dia Nacional da Música Clássica. A ideia surgiu no Anuário Viva Música! 2005.

Esse estilo musical me vem também à memória por meio de grandes mestres alemães, que preservam a popularmente chamada ‘música erudita’. Johann Sebastian Bach, Johann Christian Bach, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Ludwig van Beethoven, Richard Wagner, Georg Friedrich Händel, Johannes Brahms, Carl Orff, Richard Strauss, Robert Alexander Schumann, Jacques Offenbach entre muitos outros que fazem parte desta linda história.

Ícones maranhenses

No meu Maranhão, temos grandes talentos que não tem a mesma sorte do reconhecimento nacional. Porém, reconhecimento não é sinônimo de talento. Ainda bem que temos o tenor Antonio Rayol, nome de rua, vencedor do concurso de tenores no Rio de Janeiro – onde ganhou bolsa de estudos para se aperfeiçoar na Itália. Autor da obra intitulada “Missa Solene”, a “Quarta Sinfonia Originale”, para flauta, cordas e piano, “Preghiera”, para violoncelo e piano, e a “Grande Tarantela”, para piano solo.Em 1901, criou a Escola de Música do Maranhão, deu melodia ao Hino do Estado e faleceu aos 50 anos. Temos Turibio Santos (Turibio Soares Santos) e ainda João Pedro Borges (Sinhô Músico) que, como solista, atuou com a Orquestra de Câmera do Brasil – sendo, assim, reconhecido internacionalmente.

E viva a música clássica.

05 de março – Dia da Merendeira

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Combater a subnutrição: diariamente as merendeiras fazem o possível e o impossível para nos alimentar – Foto: Arquivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário

No dia a dia da escola, uma personagem quase nunca é lembrada. A merendeira, aquela cuja mão brilha de tanto ataque do detergente amigo, o rosto sua com o calor do fogão e da cozinha sem exaustor, e que não fraqueja diante da desvalorização do seu importante trabalho.
 
Quem lembra da merendeira senão aquele que sente fome e a procura quando a barriga ronca e o estômago aperta? Ela nunca nos nega uma porção de comida e, muitas vezes, em quantidade maior que a esperada. Sorrimos por dentro e por fora com tamanha generosidade.
 
A merendeira, agora concursada, tem a mão amiga que não pode se cansar, pois sabe que dela depende vários boquinhas famintas – muitas vezes a degustar unicamente os produtos servidos por aquela mão abençoada . Sem estamão amiga, daremos vazão à subnutrição – que está associada ao aumento da vulnerabilidade às doenças, ao rendimento escolar deficiente entre crianças e à baixa produtividade entre adultos.
 
A subnutrição infantil é um dos principais fatores determinantes das taxas de “mortalidade infantil”. A subnutrição é uma condição crônica acarretada pela ingestão ou absorção insuficiente (ou deficiente) de alimentos. Portanto, vamos aplaudir aquelas que verdadeiramente fazem o espetáculo.